top of page

Descoberta Inédita: Primeira Estrela Binária Encontrada Perto de um Buraco Negro Supermassivo

  • Foto do escritor: Mente Curiosa
    Mente Curiosa
  • 3 de jan.
  • 2 min de leitura

Cientistas acabam de desvendar um mistério galático: a identificação de uma estrela binária nas proximidades de Sagitário A*, o buraco negro supermassivo localizado no centro da Via Láctea. Essa descoberta é pioneira e oferece novas perspectivas sobre como estrelas podem sobreviver em regiões de gravidade extrema. A pesquisa foi conduzida por uma equipe internacional utilizando dados do Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu do Sul (ESO).


A segunda das três imagens do projecto GigaGalaxy Zoom do ESO é uma nova e magnífica imagem de 340 milhões de pixeis das regiões centrais da nossa casa galáctica, uma imagem de grande angular de 34 por 20 graus, que nos mostra como é que os astrónomos amadores em todo o mundo observam. Esta fotografia foi tirada por Stéphane Guisard, engenheiro do ESO e astrofotógrafo reconhecido mundialmente, a partir do Cerro Paranal, lugar de acolhimento do Very Large Telescope do ESO, que é um dos melhores locais de observação em todo o planeta, em termos de qualidade do céu. A imagem mostra a região do céu que vai desde a constelação do Sagitário até à do Escorpião. Aparecem de forma proeminente no céu, as regiões coloridas de Rho Ophiuchi e de Antares, à direita na imagem, e as áreas mais escuras das Nebulosas do Cachimbo e da Serpente. A estreita região poeirenta da nossa Via Láctea corta a imagem de forma oblíqua, salpicada por nebulosas brilhantes e avermelhadas, tais como  as Nebulosas da Lagoa, Trífida e NGC 6357 e NGC 6334. Esta “estrada” escura alberga igualmente o centro da nossa Galáxia, onde se encontra um buraco negro de massa extremamente elevada. A imagem foi capturada com um telescópio Takahashi FSQ106Ed f/3,6 de 10 cm e uma câmara CCD STL, com uma montagem NJP160. As imagens foram  obtidas através de três filtros diferentes (B, V e R) e depois combinadas. Este mosaico foi montado a partir de 52 campos do céu diferentes, obtidos em cerca de 1200 imagens individuais e totalizando 200 horas de tempo de exposição. A imagem final tem um tamanho de 24 403 X 13 973 pixeis, e apenas por intermédio de Stéphane Guisard se encontra disponível na sua resolução máxima.
Uma equipa internacional de investigadores detectou uma estrela binária próxima de Sagitário A* - Image cortesia eso.org

Estrelas Binárias em Ambientes Extremos


“Sempre se acreditou que os buracos negros eram ambientes extremamente hostis para sistemas estelares,” explica Florian Peißker, líder do estudo e pesquisador da Universidade de Colônia, na Alemanha. No entanto, a descoberta da estrela binária D9 desafia essas expectativas. Esses sistemas, compostos por duas estrelas orbitando uma à outra, são comuns no universo, mas nunca haviam sido observados tão próximos de um buraco negro supermassivo.

D9 é um sistema jovem, com apenas 2,7 milhões de anos, e sua sobrevivência em um ambiente tão hostil é temporária. Os cientistas estimam que, em menos de um milhão de anos, as forças gravitacionais extremas de Sagitário A* fundirão as duas estrelas em uma só.


Jovens Estrelas no Coração da Galáxia


Por muito tempo, acreditava-se que a intensa gravidade e as condições adversas ao redor de buracos negros supermassivos impediam a formação de estrelas. No entanto, a presença de estrelas jovens em torno de Sagitário A* já havia desafiado essa ideia. Agora, com a descoberta de D9, fica evidente que sistemas binários também podem surgir e prosperar temporariamente nessas regiões.

“Encontramos indícios de gás e poeira ao redor das estrelas do sistema D9, sugerindo que ele se formou em meio às próprias condições extremas do centro galático,” afirma Michal Zajaček, coautor do estudo e pesquisador da Universidade de Masaryk, na Chéquia.


Tecnologias Avançadas na Exploração do Universo


A detecção de D9 foi possível graças ao instrumento ERIS, acoplado ao VLT, em conjunto com dados de arquivo do SINFONI. As observações mostraram variações recorrentes na velocidade do sistema, indicando a presença de duas estrelas orbitando uma à outra.

Os cientistas também sugerem que essa descoberta pode esclarecer a natureza dos misteriosos objetos G encontrados no aglomerado S, onde D9 está localizado. Esses objetos se comportam como estrelas, mas têm características de nuvens de gás e poeira. É possível que alguns deles sejam estrelas binárias ainda em processo de fusão.


O Futuro da Exploração Estelar


Com a chegada de tecnologias como o GRAVITY+, que aprimorará o Interferômetro do VLT, e o METIS, que será instalado no Extremely Large Telescope (ELT) em construção no Chile, os cientistas esperam realizar observações ainda mais detalhadas do centro da galáxia. Essas ferramentas podem não apenas confirmar a existência de outros sistemas binários, mas também identificar planetas ao redor dessas estrelas.


“A descoberta de D9 nos faz acreditar que a detecção de planetas no coração da Via Láctea é apenas uma questão de tempo,” conclui Peißker.


A investigação foi publicada na revista Nature Communications e é um marco na compreensão de como estrelas e possíveis sistemas planetários se formam e sobrevivem em ambientes de gravidade extrema. Essa descoberta promete ampliar nossos horizontes sobre a dinâmica das regiões mais enigmáticas do universo.



Comentários


TESTE.jpg

Inscreva-se na Newsletter

Contate-nos

bottom of page